sábado, 8 de dezembro de 2007

Joe Morris Emsemble no Teatro Lethes a 7/12


Parecem três personagem tiradas de um filme de David Lynch. Encaixam na perfeição no Lethes com fundo escarlate. No início, a música revela uma improvável sintonia entre um baterista psico, um saxofonista esquizo e um guitarrista recém recuperado de uma orquite aguda. Surpreendentemente, abre-se num exercício de encantador de serpentes, em espiral. Imparável, contida e intensa, recria uma noite transfigurada em colete de forças, talvez o momento mais fulgurante. Após duas curtas demonstrações de onanismo virtuosista, parte em debandada, ares fora, roçando a atonalidade, perseguindo uma galinha tonta em contramão no sem-fim do matadouro. Translúcida, ritmicamente precisa, exposição de motivos deliciosamente desenhada.
Enfim, um espectáculo olvidável para quem coçou a cabeça; mas rampa de lançamento para quem se deixou embarcar.

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