Paulo Portas conquistou um polémico lugar na direita partidária, mérito que lhe deve ser reconhecido. Nota-se porém que, quando o espectro eleitoral parece mais propício ao CDS, Paulo Portas perde um pouco o auto-controlo e assume um excesso de protagonismo muitas vezes inconsequente.
Repetidamente, batalha a autoridade na educação e acaba por perder popularidade. Deve-lhe custar a compreender que, tal como ele fez com Manuel Monteiro, não há poder que não lhe ofereça esse cavalinho com rodinhas: vai de um lado ao outro do palco e sai precisamente antes das eleições. Aliás Paulo Portas exibe uma confrangedora falta de conhecimentos sobre a matéria, fazendo razia sobre os princípios liberais ou sobre os valores cristãos indiciados no próprio nome do seu partido. Dizer que os alunos devem estudar para entrarem com boas oportunidades no mercado de trabalho, fica bem na mentalidade rural, como antes se dizia ao aluno repetente que devia passar o ano para poder "tirar a carta". Na sociedade democrática, tais exortações, quando generalizadas a todas as crianças e jovens, violam as regras básicas do utilitarismo ou de qualquer outra corrente que se escolha. É como dizer aos pais que devem ter filhos para os destinar ao mercado de trabalho. Soa a qualquer coisa de Estalinista. E centra a vida no mercado, desvirtuando o humanismo e a razão de ser desse mercado, segundo os liberais.
O que falta dizer além daqueles chavões antigos, Paulo Portas não sabe. Por isso, aqui vai um conselho: tire o cavalinho da chuva; devolva-o a quem o empurrou para si.
terça-feira, 30 de março de 2010
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