Há homens assim. Deviam ter lugar perene em todos os partidos e governos. Manuel Pinho tem aquela acentuada tendência para a sinceridade a que os comparsas podem invejosamente apelidar de "foge-lhe a boca para a verdade". Fê-lo na China, lembram-se? Sobre a política deliberada de baixos salários na indústria. Agora, alcança igual magnitude a propósito do acesso à papa Maizena.
O primeiro aspecto a realçar é que, para Pinho, a quantidade de papa já consumida pelos homens do regime, bem como a capacidade que eles têm para continuar a ingeri-la, é muito superior à que um vulgar cidadão médio pode alguma vez aspirar. O segundo aspecto é que um homem de meia idade não tem qualquer crédito ou mérito, a não ser que tenha atrás de si um rol de latas vazias da dita papa, ou um grupo de correlegionários da mesma a segurá-la. O dislate de Pinho lê-se assim: o cidadão está reduzido à menoridade, mas a uma menoridade educada que deve mostrar constante reconhecimento aos homens da papa.
Rangel perdeu uma grande oportunidade de crescer como homem político. Bastaria que tivesse retorquido: não quero a vossa papa! E Basílio Horta desceu à creche para agradecer a papa ao papá.
Abril, além do mais, propunha-se redistribuir equitativamente a papa, lembram-se? Afinal, nem sequer nos deu a emancipação.
quinta-feira, 7 de maio de 2009
O 25 de Abril e a papa Maizena
Etiquetas:
"papa Maizena",
25 de Abril,
Basílio Horta,
Manuel Pinho,
Paulo Rangel
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário